DUAS PARTES DE UM SONHO
Raramente, lembro-me dos meus sonhos, mas nesta madrugada acordei logo após haver sonhado, e as imagens ainda estavam bastante nítidas em minha mente. Fiquei bem disperto e o sono foi embora como se fosse um sinal para que eu escrevesse tudo aquilo que eu havia acabado de ver.
Não quero que ninguém interprete como visão apocalíptica ou coisa do gênero, pois se trata de uma viagem no tempo para dois mundos e dois momentos totalmente diferentes.
A primeira parte do sonho era aterroeizante e nebulosa. O ambiente era pesado e a sensação era de pavor e angústia. Tudo se passava sob um panorama caótico onde o cenário era escurecido pelo mal que estava presente naquele lugar. Meu espírito pesava uma tonelada e a minha percepção era de que Deus não estava presente. Conseguia ver criaturas disformes e podia sentir a dor e a opressão que fluía em meio às trevas que envolviam a alma das pessoas que estavam ali. Andei por entre seres e coisas que causavam calafrios e o cheiro era parecido com aquele que os cadáveres exalam. Não conseguia respirar nem raciocinar muito bem. Na minha mente só vinha um pensamento:
"Este lugar é o inferno da alma".
De repente, uma luz resplandeceu como se fosse um sol gigantesco, e imponente e as criaturas se dobraram diante da majestosa presença e fui arrebatado para outro lugar. Esta é a segunda parte do meu sonho.
A luz, como já disse, era como a do sol, mas não provinha do sol; era aconchegante e gerava uma sensação de proteção, segurança e bem-estar sem precedentes. O mais próximo que posso chegar para descrever o estado de espirito é o maravilhamento da plenitude de um céu jamais imaginado.
Era discernimento completo e uma consciência de vida inexplicáveis. Minha estrutura física era diferente e extremamente forte. Não sentia fome, porque o estado era de saciedade. O ar estava dentro de mim como se fosse desnecessário respirar; poderia passar horas debaixo d'água como um peixe e ao mesmo tempo voar pelo universo. As cores eram destacadas pelos meus olhos que viam não só a beleza das coisas, mas o espírito e a razão delas. A harmonia e o arranjo da cidade que visitei, proporcionava paz e reverência, porquanto era impossível não se deslumbrar com a magnitude e o poder que emanava de tudo e de todos.
Claro que não consigo descrever em palavras nem a primeira parte do sonho, nem a segunda. Apresentei apenas um esboço delas, pois são extremos de realidades opostas, porém, bem palpáveis.
Sonhei, penso eu, com uma amostra do inferno e suas dores e sofrimentos e com o céu e suas maravilhas.
Peço que não façam juízo de valor sobre o que acabei de narrar, nem tomem como uma visão do que nos espera depois desta vida. Quero apenas que meditem sobre a possibilidade de viverem debaixo da graça e do amor de Deus. Sabendo que a ausência dEle pode ser um pesadelo, e, sua companhia, uma dádiva que pode ser experimentada desde agora e para todo o sempre!
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Mt 25:34
Ronaldo Naves
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