Giulieny Matos
A EXPERIÊNCIA NA POLÍCIA
Fui muito feliz como Agente penitenciário. Entrava no trabalho cantando para viver bem o dia, cada dia, dia a dia. Assim cumpri minha missão na PCDF, sempre fazendo o meu melhor e sendo íntegra em minhas ações e palavras. Do desempenho nesse cargo conquistei minha autonomia financeira, adquiri meus bens, inclusive já representei o Brasil, os policiais, escritores de Brasília em vários locais mostrando que é possível ser agente penitenciário, policial, e ser humano numa só pessoa. Meu hobbie preferido é quebrar paradigmas sociais. Mulher, policial, penitenciária de segurança máxima, mãe, múltiplas funções.
Os dissabores? Ficaram pra trás, foco no futuro. Meio que virei despachante imobiliária também, resolvendo assuntos da família, rsrsrsr.
A experiência na Delegacia, no final da carreira trouxe aprendizagem, mas não foi fácil. Sentia-me uma estagiária de 50 anos começando um emprego novo. Consegui vencer porque fui super bem acolhida pela minha equipe de plantão na 21a DP, pessoas incríveis que ainda mantenho contato. Atualmente atuo no segmento da prevenção precoce da violência, em defesa da criança filha de presidiário, demonstrando ao mundo o primeiro livro que aborda o sentimento da realidade da criança nessa situação social, o livro "Cadê Minha Mãe". Para 2022/2023 estou montando um cronograma de divulgação para outros Estados. É muito gratificante testemunhar a mudança de atitude e comportamento - para melhor é claro, de pessoas que viveram essa experiência a partir de um simples projeto literário bem conduzido.
CRIAÇÃO DE JORNALZINHO
Sempre fiz jornal.
Inclusive anos atrás adquiri o direito tácito ao Registro como Jornalista.
Fazia jornal em todo lugar, no trabalho, na Igreja, escrevia para jornais locais desde os 16 anos de idade.
Quando me tornei chefe de pessoal e de protocolo na PDF 2 (NUEX) senti a necessidade de repassar informações importantes, pois lia o DODF obrigatoriamente todos os dias, datas de férias e afastamentos para os chefes, então criei o primeiro NUEX INFORMA DA PDF2.
O jornalzinho da PDF 2 foi a maior maravilha pra mim! Eu repassava informações super importantes para todos e me divertia fazendo algo que gostava, ponto de fuga daquela burocracia. Eu diagramava geralmente em casa (nunca foi no trabalho, ou encarei como trabalho), pagava tudo: papel, impressão, comprava folhas coloridas, depois foi evoluindo... A melhor parte eram as entrevistas! (risos) Cada mês eu homenageava alguém. Era segredo! Era super divertida a revelação! "Giu, a banquinha bombou!" Rsrsrsrsrs
Fez tanto sucesso que todas os EPs também quiseram fazer. Até o Mauro pediu para a servidora dele me ligar para implantar lá no DIPOE também. Muitos vingaram e duraram até um bom tempo. Quando fui para o CPP, o Álvares já conhecia meu trabalho. Retomei de modo oficial o INFORMATIVO OFICIAL DO CPP. Teve agente que voltava lá pra me pedir para anexar no dossiê da PCDF quando aposentava. Cada um traz consigo uma história de vida interessante.
OUTRAS EXPERIÊNCIAS
Também fui chefe do jurídico na PFDF, reestruturei todo o jurídico de lá (era uma bagunça total) criei metodologia de trabalho, corrigi todos os despachos, diminuí o quantitativo de xerox de 11 mil/mês para 2 mil mês.
Na SSP fui convidada para escrever para um projeto de prevenção para gravação de vídeos, mas por causa da mudança de governo não foi pra frente.
A experiência do CPP foi incrível. O Álvares encomendou uma cartilha, pois a transição dos internos do fechado para o semiaberto tem mais regras que uma partida de futebol rsrsrs. A princípio era para ser simples mesmo, uma apostila xerocada. Corri atrás e consegui a doação de 4 mil cartilhas do UniCeub e 1mil da gráfica do TJDF. A repercussão foi maravilhosa. Muitos elogios de vários órgãos, de parentes de presos que iriam fazer pedidos à VEP os quais não teriam direito e se antemão se informaram. Ligações recebidas na AJ e ofícios na Direção de elogios.
Todo esse movimento repercutiu em outros órgãos. A FUNAP fez, na época, uma cartilha maravilhosa também no intuito de informar interno, empresas contratantes e parentes sobre documentos e regras. Até o TJ publicou documentos no site.
GIULIENY ESCRITORA
Publiquei 14 livros, sendo 4 bilíngues. Fui entrevistada no DFTV, TV Justiça Nacional, fui contemplada com o prêmio Brasília 60 da Secretaria de Cultura. Lancei "A menina derretida" em Chipre e Roma. O livro "A menina tagarela" foi eleito melhor livro da bienal Brasília 2016.
Mais informações no site www.giulienymatos.blogspot.com e no Instagram: @giulienymatos.autora
CONCLUINDO...
Não acordei criança e disse - - Papai, quero ser carcereira! (para aqueles que falam que tem de fazer o que gosta na vida).
Porém amei a minha profissão, ainda que bem intensa rsrsrss. Fazemos um trabalho honrado. E dele tiramos nosso sustento. Nossas amizades são mais fortes, pois passamos muito tempo juntos, em plantões e expediente regime semi-internato. O importante é buscar a felicidade e ver sempre o lado bom das coisas.
O projeto "Por onde anda" é uma iniciativa do Agente Policial de Custódia e escritor renomado GLAUBER VIEIRA. Em breve, outros colegas aparecerão em nosso site.
Muito bom ter conversado com Giulieny, amiga de trabalho e também da literatura.
ResponderExcluirObrigada, Glauber!
ResponderExcluirUm abraço forte a todos os colegas e amigos!
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